Você não acha meio esquisito essa história de seu tio te dar um carro de corridas de presente?

Uma franquia grande tem muitas chances de acabar ganhando um filme com o resultado abaixo do esperado, e para muitos, A Última Cruzada do Fusca (Herbie Goes Bananas) se encaixa neste caso. Apesar de Vincent McEveety não ser um dos melhores diretores da Disney e uma boa parte de seus filmes terem sido considerados medianos pela crítica, ele fez um bom trabalho com Herbie: O Fusca Enamorado em 1977. Arthur Alsberg e Don Nelson foram substituídos por Don Tait, o que penso ser outro erro. Tait não era lá um dos melhores roteiristas do estúdio…

4 anos após Herbie: O Fusca Enamorado, Jim Douglas deixa Herbie com seu sobrinho Pete (Stephen W. Burns) e seu amigo D.J (Charles Martin Smith) para uma corrida do México até o Rio de Janeiro. Mas seus planos mudam quando Paco (Joaquin Garay III), um menino que se diz guia turístico mas é batedor de carteiras, rouba o dinheiro da dupla. Paco também pega as carteiras de uma quadrilha de bandidos e passa a ser perseguido por eles quando fica com a localização de uma antiga e rica ruína Inca. Durante a perseguição, o garoto acaba se tornando amigo de Herbie, que ajudou a escondê-lo dentro do navio que navegava para o Rio. Como Herbie começou a bagunçar no navio, acabou sendo jogado em alto mar, mas foi recuperado pelo menino mais tarde. Paco terá que se unir a Pete, DJ e também às turistas Tia Louise (Cloris Leachman) e sua sobrinha (Elyssa Davalos), além do obsessivo capitão do navio (Harvey Korman), com objetivo de deter os ladrões.

A Última Cruzada do Fusca peca em ter maus personagens de apoio, e que algumas vezes soam caricatos. Tirando Paco, você não se importa com o resto, especialmente os novos donos do Herbie. A presença de Charles Martin Smith, por exemplo, é completamente chata e desnecessária, tentando emular um papel parecido com o de Buddy Hackett e Don Knotts. Os únicos que me chamaram um pouquinho mais de atenção são a Tia Louise e o Capitão Blythe. Joaquin Garay consegue mostrar uma boa atuação para a sua idade, e sua relação de amizade com Herbie é muito bem explorada. Aliás, a cena mais triste da franquia inteira é ver o carro sendo jogado no mar, sem ninguém para salvá-lo.

O longa pertence ao Herbie, mas o veículo não é chamado pelo nome em seu próprio filme. Surpreendentemente, o sobrinho de Douglas nunca ouviu falar do carro, levando em conta o fato que ele é um parente e quer ser um corredor (Até mesmo a Sra. Steinmetz de As Novas Aventuras do Fusca, que nunca trabalhou em uma profissão envolvendo as pistas e já tinha bons anos de idade, sabia quem era o Herbie). Já Paco lhe chama de “Ocho”, e o porquê disso é completamente sem graça. Herbie ganha mais uma nova habilidade, que é mexer sua antena, porém ainda não era nada que incomodasse. Por sorte, A Última Cruzada do Fusca possui cenas memoráveis como a já citada dele sendo jogado no mar, uma luta contra um touro (Tudo é possível em um filme contendo um carro com vida própria) e a batalha contra os bandidos usando bananas (algo bem criativo para a época).

Meu veredito: Não é o pior filme da franquia e nem uma monstruosidade, mas não havia muito motivo para ele existir. Ainda sim, prefiro acreditar que as aventuras de Herbie acabaram neste filme, porque o que veio depois é mais feio do que o cruzamento entre um Fiat Multipla e um Tata Magic Iris.

A Última Cruzada do Fusca (Herbie Goes Bananas) – EUA, 1980, 98 minutos.                Direção: Vincent McEveety. Roteiro: Don Tait. Cinematografia: Frank Phillips. Edição: Gordon D. Brenner. Música: Frank De Vol. Elenco: Cloris Leachman, Harvey Korman, Charles Martin Smith, Stephen W. Burns, John Vernon, Elyssa Davalos, Joaquin Garay, III, Richard Jaeckel, Alex Rocco.

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Sobre o Autor

Amo filmes, histórias em quadrinhos, livros e, principalmente, Fuscas.