Para o Homem Que Tem Tudo foi uma história foi contada em Superman Annual #11, no ano de 1985. É um trabalho de dois gênios da nona arte, Alan Moore e Dave Gibbons, dupla responsável também por Watchmen, considerada por muitos como uma das melhores histórias em quadrinhos de todos os tempos. Para o Homem Que Tem Tudo é uma história bem curta e possui uma premissa interessantíssima, que até então não havia sido aproveitada em nenhum outro conto do nosso querido Homem de Aço. O que dar de presente para o Superman no dia de seu aniversário? Como presentear um homem que já tem tudo?

Para o Homem Que Tem Tudo…

A fim de presentear um grande amigo no dia de seu aniversário, Batman, Robin (sendo o ainda novato Jason Todd) e Mulher-Maravilha vão até o Polo Norte, na Fortaleza da Solidão, para se encontrar com o Superman. Os três são surpreendidos ao encontrar o Homem de Aço em um estado preocupante. Nosso herói estava com uma espécie de criatura grudada em seu peito, aparentemente inconsciente. Usando cada uma de suas racionalidades, os três personagens procuram encontrar uma razão para tudo aquilo estar acontecendo. Quem havia feito aquilo com Clark, e por quê?

Eis que o trio é surpreendido por Mongul, um grande e perigoso vilão do nosso querido Homem do Amanhã. Mongul havia “presenteado” nosso herói com uma criatura chamada de Clemência Negra, responsável por transmitir a seu hospedeiro (ou vítima) o seu maior desejo, porém seria responsável por causar uma paralisia de todos os seus movimentos e sentidos. É como se, quem portasse a criatura ficasse fisicamente morto, mas mentalmente vivo e “feliz”.

Ambição utópica

Em seu “mundo dos sonhos” o Superman vive em uma Krypton que jamais explodiu; as profecias feitas por seu pai biológico, Jor-El, se tornaram infundadas, e nunca vieram a acontecer. Kal-El vive na companhia de sua querida mulher, Lyla, e de seus dois lindos filhos, Van e Orna. Diferente do que aconteceu na Terra, com Jonathan e Martha Kent, Kal não teve uma criação afetiva forte, e sua relação com seus pais biológicos sempre foi um tanto quanto conturbada. Lara morreu pouco depois que ele nasceu, e sua relação com seu pai nunca foi muito promissora. Ele não era como Jonathan, uma inspiração, era só um ser distante e por vezes egoísta e ambicioso.

Essa nova Krypton está passando por problemas, movimentos populares perigosos e irracionais. Inclusive, a prima de Kal, Kara (que na Terra é mais conhecida por Supergirl), é ferida por pessoas que se dizem revolucionárias, e lutam por uma causa na história. Por mais que seja um desejo intrínseco de Kal, essa não parecia a realidade ideal para se viver. Aquilo estava mais para uma distopia do que uma utopia, de fato.

Nossos três heróis terão uma tarefa árdua para ajudar seu amigo, além de terem um grande problema pela frente, pois Mongul não desistirá fácil de tentar, de uma vez por todas, acabar com nosso querido Homem de Aço. Para o Homem Que Tem Tudo é uma excelente história, com um roteiro espetacular e desenhos de encher os olhos (fala sério, não tem como esperar menos dessa incrível dupla dinâmica). Vale lembrar que a trama concorreu ao Kirby Award de Melhor História em 1986.

Superman: Para o Homem Que Tem Tudo (Superman: For the Man Who Has Everything – EUA – 1985, DC Comics).
Roteiro: Alan Moore. Arte e arte-final: Dave Gibbons. Cores: Tom Ziuko. Editor original: Julius Schwartz.

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Sobre o Autor

Apaixonado por quadrinhos, cinema e literatura. Estudante de Matemática e autor nas horas vagas. Posso também ser considerado como um antigo explorador espacial, portador do Jipe intergaláctico que fez o Percurso de Kessel em menos de 11 parsecs — chupa, Han Solo!