O cinema ainda vive!

La La Land: Cantando Estações trouxe de volta a aura dos grandes musicais que tiveram seu apogeu entre os anos 30 e 50 e, mesmo se passando nos dias atuais, a película transmite ao espectador aquela sensação de nostalgia da qual somente podemos sentir quando um filme é feito de forma tão honesta, homenageando essas grandes obras do passado.

É fato que, atualmente, os estúdios não têm muito interesse em produções desse gênero um pouco esquecido, mas não morto. Coube então ao diretor Damien Chazelle, que também assina o roteiro, a encarar esse desafio de conquistar vários amantes da sétima arte com essa brilhante, mágica e espetacular produção.


O filme já chama a atenção por ter sido rodado em CinemaScope – uma tecnologia criada pelo Presidente da Twentieth Century Fox em 1953, na qual consiste em usar lentes anamórficas para a filmagem quanto para a projeção e cenas em plano-sequência, como foi a tomada inicial do longa. De fato, uma sequência que deixou a abertura sensacional.

O roteiro do filme é simples, mas a sincronia dos atores com as canções e coreografias, milimetricamente ensaiadas, acabam tornando La La Land: Cantando Estações grandioso como todo musical deve ser. O filme é muito colorido e as músicas são extremamente contagiantes, mesmo as mais lentas como “City of Stars”, interpretada por Ryan Gosling. Não estranhe se você deixar o cinema assoviando “City of Stars”, a formidável “A Lovely Night” ou a alguma que tenha ficado na sua mente, pois todas são maravilhosas!

A trama nos mostra os dois lados de Hollywood. A terra do cinema pode ser doce e amarga em várias ocasiões – Mia sabe muito bem disso. O musical nos apresenta Mia, interpretada pela atriz Emma Stone. Ela vive o sonho de brilhar em Hollywood, como qualquer aspirante a atriz. É claro que muitas portas serão fechadas. Entretanto, sua vida começa a mudar quando cruza com Sebastian, vivido pelo ator Ryan Gosling. Sebastian é um músico frustrado que possui um amor incomensurável pelo Jazz e seus grandes nomes, tendo em vista um sonho de cultivar o estilo e abrir um clube de Jazz tão desejado por ele. Entre idas e vindas, Mia e Sebastian se encontram em várias situações e, como o esperado, uma atração por parte de ambos vai surgindo… A química entre eles realmente soa espetacular na grande tela, fazendo com que o espectador se encante ainda mais pelo filme!

A fotografia de Linus Sandgren é outro ponto positivo, ainda mais num longa que preza pelo sentimento nostálgico. A trilha foi magistralmente composta por Justin Hurwitz e certamente contribuiu para o encanto que o filme nos proporciona! Ótimos figurinos por Mary Zophres.

La La Land: Cantando Estações é um filme contagiante, divertido e emocionante! Ora, se a intenção do longa é nos transportar para uma grande viagem homenageando clássicos do cinema, ele consegue fazer isso com extrema competência, nos fazendo reviver sentimentos até então escondidos em alguma nota musical de nossas vidas!

La La Land – Cantando Estações (La La Land) – EUA, 2016, cor, 128 minutos.
Direção: Damien Chazelle. Roteiro: Damien Chazelle. Música: Justin Hurwitz. Cinematografia: Linus Sandgren. Elenco: Emma Stone, Ryan Gosling, John Legend, Finn Wittrock, Rosemarie DeWitt, J.K. Simmons.

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Sobre o Autor

Cristão, músico, compositor, escritor, poeta, amante da culinária brasileira e adorador da sétima arte. Como disse Artur da Távola: "música é vida interior, e quem tem vida interior jamais padecerá de solidão."